quinta-feira, 12 de julho de 2012

Deja vu? Lá vamos nós de novo


Estou com uma sensação de deja vu ao escrever este post. É que pela segunda vez na minha vida, escrevo sobre uma mudança para Cuiabá.

Da primeira vez, estávamos ainda sem filhos, empolgados com a possibilidade desta nova cidade, de uma nova vida. Agora, a sensação é outra. Parece que nos deram um doce e que agora estão tirando de nossas bocas.

Não está sendo fácil, depois de tudo que passamos voltar para lá. É misto de sentimentos. A alegria imensa de rever queridos amigos e a mágoa de retroceder em um sonho.

Quando viemos para Curitiba, foi com a promessa de ficar aqui de vez. Depois do "acidente" do Marlon, tudo que eu queria era deixar tudo para trás. Chegamos, alugamos casa e ficamos esperando o "pessoal de Brasília" resolver nossa papelada. Nos disseram que isso seria em fevereiro mas, fevereiro passou, assim como março, abril, maio, junho e julho e nada aconteceu. Em todo esse tempo seguimos confiantes, acampados com móveis acochambrados, berço emprestado, 4 pratos, uma toalha para cada um e meia dúzia de peças de roupa.

Procurei até achar um psiquiatra que me ajudasse ainda com tudo o que aconteceu, fiz novas amizades que estava estreitando. Comemoramos o fato das avós poderem ver as netas e de estarmos próximos em casos de necessidades (porque quando o Marlon foi internado, a família levou 3 dias para conseguir chegar em Cuiabá. Aqui são 3 horas).

Compramos o essencial e trouxemos o que cabia no carro. E esperamos nossa mudança, que nunca veio. Esse mês tivemos a notícia de que não seria mais possível o Marlon ficar aqui. Pensamos na possibilidade dele ir e eu permanecer mas, ele estava angustiado de ficar longe das filhas. Por fim, me chamaram para trabalhar em Cuiabá e resolvi aceitar e ir com ele. Afinal, depois de tudo que passamos, o que não queremos é ficar separados. Principalmente sem qualquer garantia de reunião.

Portanto, estamos em processo de mudança. Estou trancando a pós-graduação, tirei as meninas da escola, estamos contratando um guarda-volumes para aquilo que não temos como levar, demitimos a empregada e demos aviso na imobiliária.

Em 17 dias pegaremos a estrada de volta para Cuiabá. E não posso deixar de pensar que as pessoas decidem as vidas das outras sem se lembrar de que elas também são gente.

Só o que sei é que estamos resignados. Nossa vida nunca foi como planejada e Deus sempre sabia o que estava fazendo. Essa é só mais uma reviravolta que ainda não entendemos.

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